Estava eu tentando achar algum assunto para escrever no blog quando me pego pensando: pra quê serve esse diabo de blog? À primeira vista, é bem simples: divulgar nosso projeto e discutir temas interessantes. Mas, pra quê? Por que precisamos de algo novo na educação? Se ainda não deixamos claro aqui no blog: pensamos que a educação de nossa sociedade está longe do ideal. Este post ainda não tratará disso. Este post quer algo bem mais simples. Por que este grupo necessita de um blog? Porque precisamos produzir!
A produção é (ou deveria ser) parte constituinte de qualquer formação acadêmica, seja ela textual ou não. A produção é uma das necessidades do ser humano¹, faz parte de nossa existência, e educadores não são diferentes. Ora, se o que pretendemos, como professores, é
sempre aperfeiçoar os processos de aprendizado, é papel intrínseco ao professor
detectar problemas, e tentar resolvê-los, seja por pesquisas formais (especializações e pós-graduações lato ou stricto sensu), seja por projetos mais pragmáticos (que mesmo assim não têm como deixar a teoria de lado) como o "Interpretar e Aprender".
Se nós, professores, temos tal necessidade, e porque não, dever, fica claro que devemos ofertar e incentivar os alunos a trilhar os mesmos caminhos. A produção textual na escola, exceto algumas experiências, é um parto. Quando não se é prematura e defeituosa, a cria dos alunos demora, machuca e traumatiza seus criadores. O vestibular pressiona os alunos a ir de encontro a obras clássicas completamente estranhas ao seu mundo imediato da internet.
As pesquisas realizadas com jogadores de RPG, entretanto, apontam um caminho diferente: “As referências da maioria dos
jogadores de RPG são as histórias em quadrinhos, a literatura clássica, a
mídia, o cinema – a questão da imagem é muito forte –, e tudo isso é trabalhado
ao mesmo tempo.”. (p. 78) e ainda: “A escrita também é muito
presente nos jogos de RPG virtuais que foram analisados paralelamente ao
acompanhamento da escrita de nossos jovens, e a atividade de produzir textos
vai desde o preenchimento de fichas de criação de personagens até a escrita
propriamente dita das ações que são realizadas pelos personagens, em todos os
seus mínimos detalhes para que o participante seguinte possa compreender o que
se passa na trama.” (p. 60)²
O blog é uma ferramenta bastante dinâmica em que podemos mostrar nossas produções (e estamos fazendo isso), porém também é um espaço interessantíssimo de discussão.
Convido, então, nossos leitores e amigos, professores ou não, que têm aquele pensamento no fundo da gaveta e deseja publicar algo para discutirmos, a nos mandar suas reflexões. Espero comentários, também! Afinal, como uma amiga (leitora do blog) me desejou em uma virada de ano uma vez:
Lica
Referências:
¹WEHR, Siegfried Jorge, As Nossas Necessidades de Vida no Ponto de Vista Existencial, disponível em:
http://www.psicologiaemdebate.com.br/artigos/55-a-hierarquia-das-necessidades-humanas-da-teoria-de-abraham-maslow-do-ponto-de-vista-existencial.html
²PAVÃO, A., A Aventura da Leitura e da Escrita entre Mestres de Roleplaying Games
(RPG). 2 ed. São Paulo: Devir, 2000
LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa
em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, EPU, 13a reimpr., 2011.