O grupo “Interpretar e Aprender” surgiu como ideia nos corredores da Universidade de São Paulo por três estudantes de História interessados em integrar diversão e aprendizagem. Apaixonados tanto por narrativas fantásticas quanto pelo ato de ensinar, estes amigos decidiram criar um grupo cujo intuito seria trabalhar, de forma prazerosa, os conteúdos escolares - e não haveria melhor maneira de fazê-lo do que utilizando o RPG, ou Role Playing Game.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Aventureiros nas Terras Conhecidas (Ou: porque o RPG é sensacional - Parte 34.235.425)

Uma das coisas mais legais dos jogos de RPG (dentre as tantas outras que nós não cansamos de enumerar por aqui!) está na possibilidade de mudar o mundo de verdade.

Ontem, mestrando uma partida para o Paulo e mais três amigos, terminei de narrar uma campanha divertidíssima que começara há mais ou menos três meses. Esta campanha tratou de alguns temas sérios, mas foi marcada pela insanidade e comicidade do grupo, um goblin de múltipla personalidade, um arqueiro viajante e um bruxo citadino, bem como de diversas situações pelas quais passaram. Durante o percurso, alguns jogadores fizeram participações especiais e se uniram ao grupo, como foi o caso ontem, quando foram ajudados por um pirata orc fissurado em gravatas.

Amarelo, personalidades múltiplas e cruel? Confere!
Foi a primeira campanha completa e relativamente longa (foram várias sessões de jogo nestes últimos meses) que ocorreu no cenário que eu venho criando e usando o Danquesystem que eu havia criado. Já havíamos jogado juntos algumas aventuras isoladas neste mesmo universo, mas nunca uma aventura completa. Os personagens começaram como iniciantes e, depois de uma série de eventos ao longo de meses, viram-se em meio a intrigas que foram envolvendo anões, deuses, goblins, orcs e elfos e que culminou em uma verdadeira batalha pela liberdade!

Ao longo de tudo o que foram fazendo, os personagens tocaram a vida de diversos NPCs (aqueles personagens controlados pelo Mestre, lembra?), influenciaram no futuro de sociedades inteiras, resolveram alguns conflitos, catalizaram outros, aprenderam inúmeras coisas (que não se deve invocar dragonetes ferais sem tomar medidas de precaução ou que se deve ser cauteloso ao tratar com deuses, por exemplo) e me deram diversas dicas para aperfeiçoar o sistema de jogo. Eles ajudaram os orcs de uma cidade-Estado a se libertar dos elfos que os dominavam há séculos e, com isso, de fato mudaram o mundo!

O arqueiro em questão viajava lentamente por uma opção exótica de vestimenta...
Em honra ao que foi feito, vou alterar o mapa-mundi do jogo e, a partir das próximas aventuras neste cenário, as notícias correrão sobre os feitos do grupo de aventureiros. Elfos temerão e os odiarão, enquanto indivíduos verdes por todas as terras conhecidas os saudarão! NPCs com quem eles fizeram contato retornarão em aventuras futuras e certamente demonstrarão o quanto foram afetados pelos eventos do jogo! Eles não apenas viram as coisas acontecer ao redor deles ou apenas seguiram uma trilha pré-determinada diante deles: eles decidiram os rumos dos acontecimentos!

Em que jogos de cartas ou tabuleiros tradicionais isto seria possível? Baldur's Gate, Witcher, Elder Scrolls, Dragon Age, Mass Effect: todos estes jogos de RPG de videogame, para ficarmos entre os mais célebres, são aclamados, entre outras coisas, por conta de como lidam com as consequências das ações dos personagens, mas nem mesmo os brilhantes programadores e roteiristas por eles responsáveis poderiam prever ou mesmo computar todas as possibilidades que poderiam ocorrer nas situações de um RPG de mesa. Esta sensação, não só de poder, mas de importar, de fazer parte da história como agente e não apenas como um mero observador, é fantástica! 

Acreditem ou não, está uma das fotos menos estranhas que aparecem no Google quando você procura por 'male witch'.
Não há no mundo um jogo que dê mais importância a você e às suas decisões - quer sob a pele de um personagem, quer no papel de mestre - do que o RPG. Fica aqui a minha declaração de amor a este jogo e um convite a todos aqueles que ainda não experimentaram jogá-lo: façam-no. É divertido demais!