O grupo “Interpretar e Aprender” surgiu como ideia nos corredores da Universidade de São Paulo por três estudantes de História interessados em integrar diversão e aprendizagem. Apaixonados tanto por narrativas fantásticas quanto pelo ato de ensinar, estes amigos decidiram criar um grupo cujo intuito seria trabalhar, de forma prazerosa, os conteúdos escolares - e não haveria melhor maneira de fazê-lo do que utilizando o RPG, ou Role Playing Game.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Poeira de estrelas...


Stardust é um livro de Neil Gaiman que conta a história de Tristan Thorn, um rapaz que trabalha como balconista e pensa amar a jovem Victoria. Ambos moram na vila de Muralha, uma cidadela que guarda o segredo de um muro que divisa o mundo dos homens do reino de Stormhold. Para conseguir o coração de sua amada, Tristan inicia uma jornada para provar que não é um balconista e sim alguém que trabalha como tal. A jornada o levará até uma estrela cadente e de volta a muralha, onde ele finalmente conseguirá a mão de sua amada em casamento.

Todo herói trilha um longo caminho antes de se tornar algo além de um homem, um símbolo. O fio do destino de Tristan o levará até a estrela Yvaine, o bucaneiro coletor de raios Capitão Shakespeare e sua mãe, a única [e desaparecida] filha do moribundo rei de Stormhold. Se entrelaçando em uma trama palaciana a respeito da sucessão do trono, uma busca maligna da rainha das bruxas e a descoberto do verdadeiro amor.

A história é contada por um dos melhores narradores vivos e em atividade, Neil Gaiman. Um homem que dedicou sua vida e sua carreira para falar de coisas inauditas aos ouvidos acostumados a só entender sobre o que conseguem ver, um contador de histórias que trabalha a potência e importância da imaginação.

Stardust é uma fábula moderna que nos diz que o amor verdadeiro só pode existir em um mundo onde a magia não morreu, em um outro mundo de homens. É um conto inocente sobre a caminhada que trilhamos para dentro e fora do mundo em nossas infinitas jornadas ao reino da imaginação, aquele que não conhece limites. Pois só em um universo sem limites o amor pode se dar, só em um reino cheio de magia os heróis podem existir e apenas no olhar que não busca a maldade cada um de nós pode brilhar como estrelas, guiados pelo amor e pela bondade.

Desistir é sempre uma opção, esquecer-se da bondade humana e trabalhar para um bem que não é só maior, é mais fácil. Mas são narradores como Gaiman - que escrevem quadrinhos, filmes e jogam videogames e RPGs de mesa - que estão carregando a responsabilidade de expandir nosso mundo. Pessoas garantindo que a vida é maior do que as picuinhas do dia-a-dia. Somos todos contadores de histórias falando de nossas vidas e - quem sabe - de muito mais. Pois Gaiman talvez seja um bom guia depois que atravessarmos a muralha.

Boa jornada por essas novas pradarias em 2013... muito tudo para todos nós!!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Recomeço do Mundo

Hoje o grupo Interpretar e Aprender comemorou o não-fim do mundo com sua última reunião do ano e um belo almoço de encerramento!


Ano que vem estaremos de volta!


Desejamos a todos um ótimo natal e uma espetacular passagem de ano!
Um grande abraço!

Grupo Interpretar e Aprender

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Com que sistema eu vou?



Vamos começar falando uma obviedade: o RPG é história, estória, narrativa, enfim e teatro, mas também é fundamentado por regras. É um jogo, oras, e, como tal, possui regras que organizam o drama, seus conflitos. Existe um monte de sistemas de RPG, cada um com regras e quantidade de regras variável. Se o cenário é o que dá 'sabor' ao jogo, os sistemas são o que o sustentam. Alguns jogadores gostam do RPG por conta da interpretação, da interação com mundos imaginários ou, simplesmente, de passar um tempo com seus amigos. Outros, contudo, gostam do RPG por conta das possibilidades táticas e estratégicas que encontram nos sistemas dos jogos.

Como já disse, existem sistemas cujas regras são absurdamente simples e sistemas cuja quantidade de regras é impossível de se memorizar. Entre estes dois pólos estão a maioria dos jogos, alguns mais voltados para os cenários e outros voltados mais para a complexidade de regras. 3D&T, um sistema brasileiro muito famoso no início da década passada, pende para o lado mais simples, enquanto D&D e GURPS pendem para o lado mais complexo.

Cada Mestre, Narrador ou afim deve ter em mente as vontades de seus jogadores quando for escolher o sistema de jogo. Quando nós do Interpretar & Aprender levamos o RPG às escolas, naturalmente optamos por criar sistemas relativamente simples, com poucos atributos e capacidade de customização relativamente restrita devido ao pouco tempo e grande número de alunos com os quais temos que lidar. Damos mais atenção, portanto, ao desenvolvimento dos cenários e da interação dos jogadores com o mundo - especialmente porque deste modo podemos dar mais atenção ao conteúdo escolar. Existem, no entanto, diversos tipos de jogadores diferentes, com afinidades diferentes.

Antigamente, chamávamos os jogadores que gostavam de buscar sempre os melhores meios para gastarem seus pontos de personagem, à despeito de buscarem montar personagens mais profundos ou mesmo com uma história minimamente factível, de OverPowers ou PowerGamers (ou, simplesmente, de apelões). Enquanto isso, os jogadores que se voltavam mais para a interpretação dos personagens eram chamados de Role-Players (ou atores frustrados...). Todo Mestre deve levar em consideração a composição de seu grupo: se houver maior número de Role-Players, o indicado é se utilizar de um sistema menos mecânico e mais fluido, enquanto, no caso contrário, os Mestres devem buscar sistemas mais complexos e menos simples.

Montar um sistema de regras é, talvez, a tarefa mais difícil de se realizar depois da criação de um cenário. Uma vez que ambas estejam bem estabelecidas, o Mestre e seus jogadores poderão viver suas próprias aventuras nestes novos mundos e testar tanto o sistema quanto observar o que deve ser mudado no cenário. Alguns mestres preferem criar só os sistemas de jogo para adaptar um universo visto em um filme ou em outros jogos - e surgiram inúmeros sistemas licenciados de sucesso fazendo o mesmo, como o Warcraft d20 ou Buffy - The Vampire Slayer Role-Playing Game -, enquanto outros preferem criar os cenários mas se utilizarem de sistemas prontos, como Storyteller ou os já mencionados GURPS, D&D, etc.

Então, caros, busquem fazer com que seus grupos se entendam. Querem andar por masmorras de forma casual, sem ter que gastar horas montando uma ficha? Que tal o Dungeon Squad? Querem gastar horas montando uma ficha, realizar decisões estratégicas e táticas com minúcia e precisão e enfrentar uma dungeon de modo mais "realista"? D&D ou GURPS! Querem interpretar criaturas sombrias sob regras eficientes e que favorecem a interação com o cenário? Storyteller! Enfim, o melhor mesmo é que se procure o que for melhor para que todos se divirtam, afinal, RPG, mais do que rolar dados ou interpretar, trata especificamente disto: diversão.

Um abraço e até a próxima!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Mitologia Interplanetária - Final

Antes de começar a ler este post leia os anteriores! A série começa aqui!



Enfim, o ano terminou e a aventura também. Após meses de espera e ansiosidade os alunos do 6º ano finalizaram a atividade. Na última semana de aula de novembro roubamos algumas aulas de outros professores que já estavam com o conteúdo em dia. Foi possível, em duas aulas, mostrar todas as obras já citadas no post anterior como sensibilização. A música "Cygnus X-1", entretanto, não foi bem aceita pelos alunos devido sua falta de proximidade com o rock progressivo dos anos 70, mesmo os roqueiros da turma logo desviaram a atenção da música. 

A maioria dos grupo resolveu contar seu final com o teatro, e com a ajuda da professora de Artes, filmaram suas peças. O final da atividade, porém, não aconteceu como eu esperava. Os alunos não finalizaram o plot como um todo, resolvendo o conflito entre Saturno e os deuses: mas sim, encenaram apenas o final de seu grupo. Talvez no 6º ano ainda não consigam visualizar o cenário como um todo, principalmente por tratar-se de oito histórias diferentes.

Por fim, os objetivos da atividade: aproximar conteúdos de história e ciências e fixar alguns conteúdos de forma divertida, foram atingidos.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

da linha narrativa


Passamos o ano falando de história, História, narrativa e a potência do ato de se pensar. Passamos meses refletindo a respeito da imaginação e suas contaminações no mundo. Passamos noites, tardes e manhãs buscando naquilo que encontramos um significado maior que podemos dar para as coisas. Passamos horas ouvindo músicas e discorrendo sobre temas que parecem ser importantes. Foram minutos semanais escrevendo, segundos sentindo tudo que na vida passa.

Mas hoje vamos fazer uma homenagem simples a um homem cujo projeto já faz parte da vida de muitos. Essa pessoa foi importante para a vida política de seu país. E mesmo assim não é por isso que o homenageamos. A homenagem vai para o homem em todo a sua potência, mas especialmente gostaríamos de ressaltar aqui a importância do narrador Oscar Niemeyer. 

"Narrador? Mas ele não era arquiteto?".



E quem disse que apenas as palavras falam? Criar prédios é também criar imagens. A imagem da cidade começa no esboço do arquiteto e do engenheiro. Quase toda relação que estabelecemos com a cidade é mediada por esses agentes. O Sr. Niemeyer teve a oportunidade de projetar uma cidade inteira e, com isso, narrou como deveria ser entendida a História de seu país desde aquele fim de década de 1950.

Pois bem, mestre. Descanse em paz. Aprendemos muito com o senhor e agora resta-nos desenhar, escrever, construir, imaginar, sonhar ou cantar a nossa versão da história. De algum jeito sinto que por fim ela não será assim tão diferente da sua...


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Embalos de sábado à tarde




Como já anunciado aqui, neste sábado ocorrerá, em São Paulo, o primeiro encontro GURPS Brasil. Mas quem procura algo diferente, ainda há mais!
O grupo Metagamers realizará uma palestra sobre as origens do D&D das 10 às 12 horas e o grupo Papel e Espada receberá jogadores na parte da tarde com mesas livres de RPG. O evento acontece em uma biblioteca na Vila Mariana
Local: Biblioteca Chácara do Castelo, rua Brás Lourenço, 333 – V. Mariana (como chegar)
Data: 08/12/2012 – das 10:00 às 12:00 (palestra) e das 12:00 às 16:00 (jogos)