O grupo “Interpretar e Aprender” surgiu como ideia nos corredores da Universidade de São Paulo por três estudantes de História interessados em integrar diversão e aprendizagem. Apaixonados tanto por narrativas fantásticas quanto pelo ato de ensinar, estes amigos decidiram criar um grupo cujo intuito seria trabalhar, de forma prazerosa, os conteúdos escolares - e não haveria melhor maneira de fazê-lo do que utilizando o RPG, ou Role Playing Game.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Juliano morreu esperando.

Juliano Pinto Justo Filho era filho de Juliano Pinto Justo e Dona Eugência Pinto Justo, nascido em Pernambuco, era pertencente a uma das poucas famílias que tinham riquezas. Seus pais eram donos de um grande jornal. Graças a esse fato ele sempre frequentou as melhores escolas, desse modo adquiriu um grande conhecimento.
Aos 27 anos terminou seus estudos e tornou-se conhecedor de política, jornalismo e comércio, além de dominar quatro idiomas e conhecer a cultura de povos africanos. Seu tio ensinou-lhe diversas técnicas militares durante a vida toda.
Seu primeiro trabalho foi no jornal do pai, no começo ele recebeu o cargo de vice-presidente do jornal, mas após uma briga seu pai colocou-lhe como jornalista. Após algum tempo trabalhando como jornalista ele se identificou com o cargo e isso fez com que ele perdesse seu ego e se tornasse mais humilde. Um dia recebeu a tarefa de entrevistar pessoas não pertencentes à elite pernambucana, ele entrevistou um minerador que acabara de ir embora de Minas Gerais, pois lá não havia como se viver. Juliano perguntou ao minerador o motivo, mas o minerador se recusou a responder, ele disse que a elite de todas as regiões desta terra tinham que ver o que acontecia com os menos favorecidos, Juliano agradeceu o mineiro e voltou para o jornal. Ao chegar ao jornal, mostrou sua reportagem ao seu pai e sugeriu ir para as Minas Gerais, seu pai ficou enfurecido e soltou gritos de desgosto e vergonha até que Juliano levantou sua mão se segurando para não bater na cara do seu pai e fez um sinal de basta. Ele pegou sua caderneta e foi embora.
Juliano ficou dias pensando na conversa que teve com o mineiro, ele queria saber o que se passava fora da elite pernambucana, até que ele começou a tentar lembrar por qual motivo nunca teve contato fora desse “mundinho de elite”, após um segundo se tocou que podia agora saber, pois o que proibia ele era o pai, e já que estavam brigados e não era mais dependente, levantou-se moralmente e saiu de casa que ficava em uma zona nobre, chamou uma carruagem e mandou o condutor seguir para a zona mais humilde. Passando pelo cais onde ficava o jornal, começou a ver residências mais humildes e engenhos, avistou uma casa com uma criança na frente, mandou parar a carruagem e começou a notar mais detalhes da casa, que lhe fizeram “pular” quando comparou com a sua própria casa.
Juliano voltando para casa vi sua mãe em uma cadeira de balanço com seu pai sentado ao lado chorando, ele rapidamente saiu da carruagem e ficou a frente de seus pais olhando sem entender o que acontecia até que seu pai olhou para ele e quando ia dizer uma palavra Juliano entendeu que sua mãe havia morrido, sem querer demonstrar fraqueza para seu pai foi para seu quarto e lá chorou.
Juliano após entrar no quarto ficou lá por nove dias, apenas comendo pão e água que eram deixados na sua porta. Sua mãe doi enterrada apenas nove dias após sua morte, na volta do enterro, uma empregada que era miuto aimga de sua mãe entregou-lhe uma carta escrita por dona Eugênia escrito: “Vá, Juliano”. Agradeceu a empregada, saiu para seu quarto, arrumou as malas e partiu para Minas Gerais cruzando o Brasil.

Ao chegar arranjou um trabalho em um bar e alugou um quarto no mesmo estabelecimento. Juliano se desviou de seu objetivo após sua chegada porque precisava de dinheiro e o trabalho era muito puxado. Então trabalhou durante dois anos para conseguir parar de trabalhar e se focar.

Um dia conseguiu trabalho como jornalista, com esse emprego podia trabalhar e se focar no objetivo ao mesmo tempo. Em poucos meses conseguiu entender o mineiro, então tomou iniciativa e começou a escrever para pessoas que pensavam que nem ele, mas de todas as cartas só uma teve resposta, uma carta de Pernambuco que propunha-lhe participar de um grupo que poderia fazer a diferença. Juliano não tinha como voltar pois estava sem dinheiro, então não respondeu.
    
Trabalhou exaustivamente durante dois anos, mas não era suficiente o dinheiro que juntou, certo dia recebeu uma carta de Pernambuco, a carta dizia que formaram um novo partido que exigia a igualdade, Juliano guardou a carta e enviou uma carta explicando o motivo de não responder e pedia para o grupo manter-lhe informado. Mas não recebeu resposta, então decidiu fazer um relato detalhado sobre Minas Gerais e mandar para esse grupo.
Juliano morreu esperando.











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Esse texto foi produzido, com suas pequenas inconsistências, por um aluno do 8º ano ao pedir que criassem um personagem para viver uma aventura na sociedade mineradora dos séculos XVII e XVIII. 

Será a primeira vez que jogarei essa aventura com a classe inteira ao mesmo tempo, e questões como agitação podem tornar-se um problema, assim como garantir a participação de todos.

A questão que me veio à cabeça é: Estamos no rumo certo de avaliações? A inteligência narrativa desse aluno está sendo respeitada?

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