O grupo “Interpretar e Aprender” surgiu como ideia nos corredores da Universidade de São Paulo por três estudantes de História interessados em integrar diversão e aprendizagem. Apaixonados tanto por narrativas fantásticas quanto pelo ato de ensinar, estes amigos decidiram criar um grupo cujo intuito seria trabalhar, de forma prazerosa, os conteúdos escolares - e não haveria melhor maneira de fazê-lo do que utilizando o RPG, ou Role Playing Game.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ciclo do ouro no Emilie de Villeneuve

Nossa primeira experiência como grupo aconteceu no colégio Emilie de Villeneuve na zona sul de São Paulo. A então professora do 5º ano do fundamental, amiga minha do ensino médio, Lica, sabia que eu trabalhava com RPG e educação, gostava da ideia e me pediu para mandar um projeto para a feira do livro do colégio. Eu já havia aplicado uma atividade com o 7º ano no colégio onde trabalho, e resolvi aceitar o desafio de mestrar para crianças do 5º ano. Mas o problema logo se apresentou: eram 80 crianças! Claro que não conseguiria fazê-lo sozinho. Contatei, então, meus camaradas de faculdade, Daniel, que já trabalhava com alguns aspectos do RPG em suas aulas particulares, e o melhor narrador com quem já joguei e Paulo, sempre épico, pois já conversávamos sobre algo nesta direção.

O conteúdo trabalhado, a pedido da Lica, seria o Ciclo do ouro de Minas Gerais. Como tínhamos apenas um dia para jogar com 80 crianças, resolvemos levar os personagens já criados, pois mesmo que a criação de personagens seja uma das etapas mais ricas neste tipo de aprendizado, ela demanda muito tempo. Dividimos o grupo em quatro momentos de 2,5 horas para a aventura, entre os três membros do grupo, ficando, em média, 7 jogadores para cada narrador.


Como prender a atenção de alunos de dez anos, era nossa principal preocupação. A escolha foi o mistério; inspirados por uma aventura do professor Leandro Villela (clique aqui para acessar o blog dele). Houve um assassinato na vila onde moravam e os personagens deviam investigar, alguns por dinheiro, pois a recompensa era farta, alguns por vingança, já que possuíam relações com o escravo assassinado. Ao investigar o crime, os alunos deviam passar por várias partes da pequena cidade fictícia, mas verossímil,  mineira, compreendendo a estruturação política, econômica e social da época. Mesmo com comentários dos alunos, de uma turma para outra, o mistério se manteve, pois o plot criado por nós era maleável e com alguns finais possíveis, dependendo, também, do caminho que os personagens tomassem.


O resultado não poderia ser melhor. Esta aventura não foi diferente das outras que aplicamos: a primeira  pergunta dos alunos é "Quando vamos jogar de novo?!" O retorno das professoras também foi ótimo, os alunos se interessaram pela matéria e se divertiram ao mesmo tempo. 


Assim nascia o grupo "Interpretar e Aprender".

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