O grupo “Interpretar e Aprender” surgiu como ideia nos corredores da Universidade de São Paulo por três estudantes de História interessados em integrar diversão e aprendizagem. Apaixonados tanto por narrativas fantásticas quanto pelo ato de ensinar, estes amigos decidiram criar um grupo cujo intuito seria trabalhar, de forma prazerosa, os conteúdos escolares - e não haveria melhor maneira de fazê-lo do que utilizando o RPG, ou Role Playing Game.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Semana de História - UFU



Ontem o Paulo e o Thiago participaram da Semana de História da Universidade Federal de Uberlândia, apresentando uma aventura sobre a I Guerra Mundial. O debate foi muito profícuo e agradável. 


O grupo de trabalhos era formado por nós, Jaqueline Peixoto Vieira da Silva e Rafael Rocha, nosso parceiro há algum tempo do Narrativas da Imaginação. Iniciamos falando sobre a constituição de nosso projeto e do grupo que estamos jogando há mais tempo. A aventura já havia sido contada de certa maneira aqui e ali, assim organizamos nossa fala expondo nosso desejo em desconstruir o fetiche da violência provocado pelas diversas mídias atuais no imaginário das crianças. 

O Rafael seguiu a discussão com um tema bastante profundo: a ludicidade. Chegando a conclusão que o jogo não é lúdico por si. Não basta ser jogo para ser lúdico pois há ludicidade em outros aspectos da experiência humana. O jogo educativo deve conter três aspectos inter-relacionados: o lúdico, o didático e o acadêmico. Quando um sobrepõe-se aos outros o jogo fica chato, desestruturado ou ineficaz para o aprendizado. Isso é facilmente verificado nos "joguinhos" digitais educativos que estamos acostumados a encontrar no mercado: é raro o jogo que equilibra esses três aspectos com sucesso.





A Jaqueline expôs com muita propriedade uma atividade para crianças do sexto ano entenderem “O que é História”. O currículo de grande parte dos colégios inicia-se justamente com essa pergunta no sexto ano. Esse tema é bastante abstrato, principalmente se tratando da idade em questão. A escolha da professora foi colocar em prática com os alunos o trabalho do historiador: ao contar a sua própria história e levantar e produzir fontes históricas o aluno se torna sujeito de sua história. Ao mesmo tempo, perceber-se como agente histórico é essencial, distanciando-se do imaginário de que a História é feita por heróis. Após contar sua história, a prática aproximou-se do RPG ao criar personagens de si mesmos no futuro. Essa última parte será descaradamente copiada pelo Thiago em suas aulas do Objetivo no próximo ano, já que a primeira parte da proposta ele também coloca em prática.

A discussão do grupo de trabalhos da UFU se pautou nas aproximações possíveis entre esta ferramenta, que é o RPG, e os conteúdos e práticas pedagógicas. Todos ali pareciam entender que a ortodoxia do método de ensino nas escolas encontrou seu limite. Os relatos externos ao Interpretar e Aprender elaboravam uma superação dos alunos ao sistema de ensino, que passa a ser entendido como acumulação de referenciais e não mais como ferramentas para o individuo se aproximar e explorar o mundo. Ora, se isso acontece em muitas universidades porque não haveria d acontecer em nossas escolas? As perspectivas discorridas neste encontro partiam do obvio, a violência é assumida como parte da vivencia, porém pensamos compor caminhos interessantes dentro desta proposta educativa. Porque o RPG, afinal, pareia realidade e ficção; nesse movimento os alunos desenvolvem comportamentos no cenário que podem ser reproduzidos na realidade. A imaginação torna-se assim um espaço seguro para testar comportamentos e sua reverberação social além de, quando orientado por um educador, estimula a percepção de que cada individuo é capaz de realizar mudanças em seu meio.

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