O grupo “Interpretar e Aprender” surgiu como ideia nos corredores da Universidade de São Paulo por três estudantes de História interessados em integrar diversão e aprendizagem. Apaixonados tanto por narrativas fantásticas quanto pelo ato de ensinar, estes amigos decidiram criar um grupo cujo intuito seria trabalhar, de forma prazerosa, os conteúdos escolares - e não haveria melhor maneira de fazê-lo do que utilizando o RPG, ou Role Playing Game.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Com que sistema eu vou?



Vamos começar falando uma obviedade: o RPG é história, estória, narrativa, enfim e teatro, mas também é fundamentado por regras. É um jogo, oras, e, como tal, possui regras que organizam o drama, seus conflitos. Existe um monte de sistemas de RPG, cada um com regras e quantidade de regras variável. Se o cenário é o que dá 'sabor' ao jogo, os sistemas são o que o sustentam. Alguns jogadores gostam do RPG por conta da interpretação, da interação com mundos imaginários ou, simplesmente, de passar um tempo com seus amigos. Outros, contudo, gostam do RPG por conta das possibilidades táticas e estratégicas que encontram nos sistemas dos jogos.

Como já disse, existem sistemas cujas regras são absurdamente simples e sistemas cuja quantidade de regras é impossível de se memorizar. Entre estes dois pólos estão a maioria dos jogos, alguns mais voltados para os cenários e outros voltados mais para a complexidade de regras. 3D&T, um sistema brasileiro muito famoso no início da década passada, pende para o lado mais simples, enquanto D&D e GURPS pendem para o lado mais complexo.

Cada Mestre, Narrador ou afim deve ter em mente as vontades de seus jogadores quando for escolher o sistema de jogo. Quando nós do Interpretar & Aprender levamos o RPG às escolas, naturalmente optamos por criar sistemas relativamente simples, com poucos atributos e capacidade de customização relativamente restrita devido ao pouco tempo e grande número de alunos com os quais temos que lidar. Damos mais atenção, portanto, ao desenvolvimento dos cenários e da interação dos jogadores com o mundo - especialmente porque deste modo podemos dar mais atenção ao conteúdo escolar. Existem, no entanto, diversos tipos de jogadores diferentes, com afinidades diferentes.

Antigamente, chamávamos os jogadores que gostavam de buscar sempre os melhores meios para gastarem seus pontos de personagem, à despeito de buscarem montar personagens mais profundos ou mesmo com uma história minimamente factível, de OverPowers ou PowerGamers (ou, simplesmente, de apelões). Enquanto isso, os jogadores que se voltavam mais para a interpretação dos personagens eram chamados de Role-Players (ou atores frustrados...). Todo Mestre deve levar em consideração a composição de seu grupo: se houver maior número de Role-Players, o indicado é se utilizar de um sistema menos mecânico e mais fluido, enquanto, no caso contrário, os Mestres devem buscar sistemas mais complexos e menos simples.

Montar um sistema de regras é, talvez, a tarefa mais difícil de se realizar depois da criação de um cenário. Uma vez que ambas estejam bem estabelecidas, o Mestre e seus jogadores poderão viver suas próprias aventuras nestes novos mundos e testar tanto o sistema quanto observar o que deve ser mudado no cenário. Alguns mestres preferem criar só os sistemas de jogo para adaptar um universo visto em um filme ou em outros jogos - e surgiram inúmeros sistemas licenciados de sucesso fazendo o mesmo, como o Warcraft d20 ou Buffy - The Vampire Slayer Role-Playing Game -, enquanto outros preferem criar os cenários mas se utilizarem de sistemas prontos, como Storyteller ou os já mencionados GURPS, D&D, etc.

Então, caros, busquem fazer com que seus grupos se entendam. Querem andar por masmorras de forma casual, sem ter que gastar horas montando uma ficha? Que tal o Dungeon Squad? Querem gastar horas montando uma ficha, realizar decisões estratégicas e táticas com minúcia e precisão e enfrentar uma dungeon de modo mais "realista"? D&D ou GURPS! Querem interpretar criaturas sombrias sob regras eficientes e que favorecem a interação com o cenário? Storyteller! Enfim, o melhor mesmo é que se procure o que for melhor para que todos se divirtam, afinal, RPG, mais do que rolar dados ou interpretar, trata especificamente disto: diversão.

Um abraço e até a próxima!

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